segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Flávio Guimarães - Navegaita (2003)

Badongo, 53MB, 128Kbps.
Senha: lenhador.blogspot.com

Navegaita
01. Cãoo Comendo Mariola
02. Não Para!
03. Pinote
04. Maracagroove
05. Menina Mulher da Pele Preta
06. Balada de Robert Johnson
07. A Formiga e a Sauva
08. Mãe dos Vícios
09. Caba Véi
10. _S_ Dobrado
11. Estrela da Noite
12. Boomerang

Este CD é fruto de uma longa trajetória geográfica e musical : do Sul dos Estados Unidos ao Nordeste brasileiro , passando de raspão pelo Caribe e desembocando por fim no Rio de Janeiro.

O terceiro álbum do gaitista Flávio Guimarães , produzido entre julho de 2000 e maio de 2002, foi gravado nas cidades de Recife , São Paulo , Rio e Amsterdam . Na maior parte do disco , o músico conta com o apoio da banda que o vem acompanhando na estrada : Danny Vincent nas guitarras , Silvio Alemão no baixo e Mario Fabre na bateria. Flávio fez novos arranjos para "Estrela da Noite", de Jorge Mautner e "Menina Mulher da Pele Preta", de Jorge Benjor. Nas duas e nas originais "Não Pára" e "Mãe dos Vícios", ele assume os vocais , respaldado pelas vozes femininas de Cidália e da parceira Andrea Paola.

Flávio Guimarães , que já havia lançado Little Blues , em 1995 e On The Loose , em 2000 , foi além do formato do blues tradicional , indo em direção à musica brasileira. No dueto A Formiga e a Saúva com o "tocador de realejo" Tavares da Gaita , de Caruaru , presenciamos duas culturas, duas histórias, duas respirações diferentes entrelaçando-se musicalmente como se as duas se conhecessem desde nascidas. O virtuosismo do artista se faz presente em faixas instrumentais como Cão Comendo Mariola , Pinote , sua gaita dialoga em Maracagroove com percussões de maracatu de Pernambuco, em Caba Véi com clarineta, em S Dobrado com berimbau, e em Boomerang com didgeridoo e atabaque. Em encontros desse tipo, Flávio Guimarães se afasta das raízes do blues e estabelece um confronto onde a gaita conduz e deixa-se conduzir por outras regiões de ritmos e timbres. Trata-se menos de ultrapassar fronteiras nacionais do que estabelecer (ou revelar) laços entre formas de fazer música que têm histórias parecidas, mesmo tendo geografias diferentes.

Reunir um ícone do repente , como Sebastião da Silva e o poeta Bráulio Tavares para contar a história da vida de Robert Johnson comprova a universalidade e proximidade do blues e do repente. O berimbau de Chocolate , o didgeridoo aborígene de Nemo , a clarineta de Paulo Moura e a presença do também gaitista norte-americano Howard Levy , além de um time de músicos de primeira comprovam o talento de Flávio Guimarães como produtor e arregimentador. Composições próprias e arranjos originais expõe um lado pouco conhecido desse instrumentista , que já deu o ar de sua gaita em gravações de artistas como Zeca Baleiro , Ed Motta , Titãs , Cássia Eller , Zélia Duncan , Gabriel o Pensador , Fernanda Abreu e Rita Lee , além do grupo Blues Etílicos, onde se projetou. (resenha retirada do site oficial)

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