quinta-feira, 23 de abril de 2009

Performance visceral de Macaco Bong

Postado originalmente em idearium.com.br

Ontem foi o show dos cuiabanos Macaco Bong no Goma. Já tinha ido em um show dos caras na Jambolada e postado o álbum gratuito lançado pela Trama aqui no Blog do Lenhador. O show foi lindo. Uma pancada pra qualquer ouvido. A proposta é um rock psicodélico instrumental pesado que abusa dos oitavados sem cair na mesmice presente no hardcore. O CD é ótimo mas o ponto alto da banda é a performance ao vivo. O Bruno Kayapy (guitarra) me impressionou novamente pela presença envolvente e vontade de nocautear todos com um som que deixou muitos abalados. O Ynaiã Benthrold (bateria) tem uma performance visceral. Parecia que a bateria iria desmontar a qualquer momento. O Ney Hugo (baixo) tem o ponto de equilíbrio da banda, unindo a porrada de Ynaiã com a virtuosidade de Kayapy.

Uma das coisas que mais admiro no Goma é a sua capacidade de inovação. Mas juntar o peso de Macaco Bong com um desfile de moda gerou no mínimo uma sensação de estranhamento que deu pra ser percebida no rosto da modelo. Uma banda dessas merece tocar num final de semana com a casa cheia. Tenho certeza que muitos perderam o show pelos compromissos do dia seguinte.

Outra coisa que me chamou a atenção foram as tatuagens do Kayapy. Ele tem tatuado no braço esquerdo "Stratocaster 69'", modelo clássico da guitarra imortalizada por Jimi Hendrix e que usa nos shows. Também neste braço ele exibe o logo do Espaço Cubo, entidade que movimenta a cena independente cuiabana, uma das mais fortes do país. Isso mostra o grande comprometimento que a banda tem com essa cena de que são filhos.

A sensação que ficou foi que Macaco Bong é uma banda autêntica. Kayapy tem um estilo único e desafio qualquer guitarrista a tentar tocar igual. O show foi um soco na cara e saí abalado com tanto peso e suor dos artistas. Macaco Bong é verdadeira em sua proposta e convence muito bem com uma performance que considero uma das mais viscerais que já presenciei. Curioso foi quando a correia do guitarrista arrebentou e o deixou em uma situação no mínimo curiosa. Foi inusitado ver Kayapy tocando com tanto gosto sentado com as pernas cruzadas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Salve Lenhador! Perfeitas colocações acerca da banda. Foi o 5º show dos Bongs que asssiti em menos de um ano e não tem como enjoar. A impressão que fica é de uma catarse ainda maior a cada apresentação!

Com relação à "inovadora" proposta de juntar Macaco Bong com um desfile, não é nada novo. A ideia é importada da Convenção de Moda de Cuiabá, quando fizeram o mesmo e, pelo que nos chegou aqui, agradou. Vale lembrar que o evento de ontem foi produzido pelo Coletivo de Moda GOMA e uma intervenção neste sentido era até previsível.

Quanto ao show ter rolado na quarta... foi em função da agenda lotada da banda e, como estavam de passagem por aqui, não poderíamos perder a oportunidade de trazer ao palco do GOMA, mais uma vez, um dos das melhores shows do rock brasileiro na atualidade. Aliás, imagino que, considerando a ainda reticente postura do público uberlandense quanto à música independente, um público superior a 100 pessoas como o de ontem, em plena quarta feira, foi até razoável.

Não há dúvidas de que Macaco Bong mereça, sempre, casa cheia. Mas pode ter certeza que outras oportunidades virão!

No mais, parabéns pelo blog e pelas sensatas colocações.

att,
Victor Maciel
GOMA Comunicação

Vanderlei Reis disse...

Ah, Macaco Bong! Os vi pela terceira vez na ocasião em que saíram as fotos pro blog...

A primeira vez foi ainda em 2008, logo depois do lançamento do álbum, durante o Festival Contato. Até escrevi uma cobertura do primeiro dia do festival, mas faltou fôlego pra segunda, onde rolou o Macacong...

O bom é que está pra sair uma quarta ainda este ano, no 2º Semestre!